Perfil Piloto: Franco Giaffone
Franco Giaffone é um velho conhecido da categoria. Após alguns anos longe das pistas, o piloto retornou em 2021 e mostrou por que já tem seu nome entre os favoritos entre os pilotos da Carrera Sport.
Com um dos sobrenomes mais tradicionais do automobilismo nacional, Franco vem de uma família com velocidade correndo nas veias. Sobrinho de Zeca Giaffone e primo de Felipe Giaffone, Franco sempre conviveu com o assunto velocidade dentro de casa.
O começo foi mais tarde do que esperado, começou no kartismo, mas não conseguiu avançar a carreira por conta de problemas sempre que se sentava na principal categoria de entrada no automobilismo.
“Comecei a correr no kart, mas não durou muito minha passagem por lá. Não sei o que acontecia comigo quando era mais novo, mas sempre que completava quatro ou cinco voltas, eu passava mal e tinha que parar e correr para o banheiro. Então não segui muito no kart, pois não conseguia dar sequência nos treinos.”
Em paralelo ao kartismo, Franco já apostava e desenvolvia uma outra paixão. Escondido da família, começou a andar de motorcross e o começo nas duas rodas foi promissor, ganhando sua primeira corrida na moto perto da chácara da família.
Por quatro anos se dedicou a acelerar sob duas rodas. Porém, após sofrer um acidente e ter que ficar afastado das pistas, o ultimato veio por meio de seu pai. Moto, nunca mais! Se quisesse correr, seria com quatro rodas e gaiola e cinto de segurança.
Foi quando partiu para o autocross, com ajuda de um amigo da família, que tinha a pista e o carro. Andou na categoria entre 1989 e 1994, vencendo títulos nacionais no período.
Deu uma pausa de dois anos na carreira por conta de compromissos profissionais nos Estados Unidos, ao retornar ao Brasil, partiu para mais uma categoria na terra, o Rally. Por diversas temporadas acelerou nas terras do país pelo Cross Country, até ver sua carreira no off-road encerrada por outro acidente, onde o carro foi completamente destruído e o orçamento não permitia voltar a acelerar. O acidente aconteceu no início dos anos 2000.
Voltando ao mundo profissional, Franco trabalhava com blindagem de veículos e chegou ao asfalto pela primeira vez por meio de um cliente. A estreia nos carros de corrida foi em Salvador, pela Mini Challenge.
“Lembro da minha primeira corrida, entrei no carro e me senti muito rápido, atacava as curvas e retas como um piloto de rally, pendurado nas curvas. Quando meu companheiro saiu do carro, ele era o quarto e eu achava que ninguém estava andando rápido como eu. Ao sair do carro vi que era o último, foi um choque.”
Foi então que, com ajuda de seu irmão Affonso, foi entendendo as diferenças da pista para a terra, da importância de se preservar pneu e andar “para frente”.
Andou por 2 anos de Challenge, até surgir a oportunidade de se juntar ao certame da Porsche Cup.
Seu primeiro ano nos carros de competição mais produzidos do planeta foi em 2012, andou até 2015 até fazer uma pausa de 5 anos.
Franco foi um dos destaques em seu período inicial na categoria. com rápido desenvolvimento e um exímio domínio na arte de preservar os pneus -já que na época a categoria usava o mesmo jogo para as duas baterias. Sempre esteve andando no ritmo de pilotos com mais tempo de casa que ele nas voltas finais.
Sua primeira vitória na Carrera Cup aconteceu em Cascavel, pista que a categoria não visita há mais de 3 anos. Em 2021, depois de anos afastados do automobilismo, tentando angariar fundos para voltar a acelerar na categoria, Giaffone “Bateu na porta certa” e encontrou sua atual patrocinadora, a Mahrte, que embarcou no sonho de voltar a acelerar no já cinquentão piloto.
Os anos parados não assustaram o experiente competidor, mas deixou Giaffone com a sensação de que precisaria de tempo para voltar ao velho ritmo.
“Pilotos da minha época, que eram bons, viraram espetaculares, os regulares viraram ótimos pilotos. Ano passado, era a quarta temporada de todos eles na geração 2 do 991 e apenas o meu primeiro, então eles já se sentiam muito confortáveis no carro, foi um ano de readaptação ao automobilismo.”
Já na atual temporada, Franco considera os níveis mais igualados, afinal é o primeiro ano de todos com o 992 e o piloto já mostrou que vem em busca do título da classe Sport.
Porém, ambicioso, volta suas atenções e treinamentos para o futuro, com o pensamento de voltar a vencer na geral, contra a atual geração de pilotos que dominam o grid.
Giaffone também pontuou o sonho de voltar a correr em Cascavel pela Porsche Cup, pista onde teve sua primeira vitória e de um dia voltar a acelerar na terra, em competições com caminhonetes e obstáculos em circuito fechado nos Estados Unidos.