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O jogo mental em uma prova de 300km: Como cada dupla define suas estratégias para a Endurance Series

Para se sobressair nas corridas longas não basta apenas ser rápido nas pistas, a estratégia para a corrida é um fator decisivo

A Porsche Endurance Series acelerou pela primeira vez em 2020 no último final de semana. Além dos grandes nomes do automobilismo brasileiro que foram ao Velocitta integrar as duplas para os 300km, outro fator chamou a atenção e deu um charme extra na disputa: As estratégias.

Não é fácil desenvolver uma estratégia vencedora em uma prova tão longa. Não existe uma “receita do sucesso” que você consiga usar em todas as provas da temporada de endurance. Por tanto, cada prova e cada dupla tem sua particularidade na decisão da estratégia que eles acreditam ser a que tenha mais chance de levar o carro ao topo do pódio.

Selecionamos cinco estratégias da primeira etapa para analisar nessa matéria e mostrar para vocês que cada dupla, mesmo com diferentes estratégias entre elas, conseguiu receber a bandeirada antes de seus competidores de categoria.

Falaremos das estratégias adotadas por Werner Neugebauer e Ricardo Zonta, Eduardo Azevedo e Ricardo Mauricio, Chico Horta e William Freire, Léo Sanchez e Átila Abreu. Todos esses vencedores de suas classes. Também separamos as estratégias de Miguel Paludo e Beto Gresse e de Alceu Feldmann e Dennis Dirani.

A dupla vencedora do final de semana a bordo do carro #8 dividiu os stints de forma simétrica. Werner Neugebauer foi o responsável pela largada e pelos primeiros 44 giros no Velocitta. Então ele entregou a máquina na mão de Ricardo Zonta para completar os outros 44 giros que restavam para a bandeirada final. Cada piloto correu dois stints de 22 voltas cada, a prova foi rigorosamente dividida na metade entre eles. Uma boa estratégia para quem largou na frente e se manteve no primeiro bloco do pelotão durante toda a prova.

Outra dupla que dividiu as 88 voltas na metade foi a de Alceu Feldmann e Dennis Dirani. Os companheiros do carro #100. Diferente da dupla citada anteriormente, nesse caso quem largou foi o convidado Dennis Dirani. No quali da etapa ele havia marcado o recorde de um Porsche acelerando no Velocitta. O primeiro stint foi produtivo e a dupla se colocou perto dos líderes da prova, Dennis conseguiu realizar diversas ultrapassagens até encostar no #8 que era vice-líder na altura. Na sequência da prova os pilotos intercalaram quem guiava o carro, fazendo com que Alceu Feldmann ficasse responsável pelo trecho final da prova. A corrida caminhava a passos largos para a dupla conquistar o terceiro lugar, até serem ultrapassados pelo carro #91 em uma manobra que gerou punição para Kaesemodel/Massa. Com o resultado confirmado após a etapa, Alceu conquistou pontos importantes que o credenciaram para brigar pelo título tanto na Endurance quanto no Overall, tendo assumido a vice-liderança geral, atrás de Miguel Paludo.

Já que comentamos sobre o pentacampeão que corre com o #7. Paludo foi um dos poucos, se não o único, piloto do grid da Porsche Cup a dar mais voltas na pista que seu convidado. Paludo registou incríveis 50 voltas completadas. Gresse completou menos voltas, mas correu com pneus usados em boa parte delas. A estratégia rendeu o segundo lugar para a dupla que largou da quinta posição.

Eduardo Azevedo e Ricardo Mauricio se sagraram vencedores da Carrera Sport. Azevedo foi quem largou pelo carro da dupla e foi também o primeiro piloto a registrar uma parada nos boxes após apenas 15 voltas. A estratégia custou posições durante a corrida, mas com pista limpa para os dois stints seguidos de Ricardinho. A dupla conseguiu encaixar suas paradas em momentos diferentes dos rivais diretos, tendo sempre a pista limpa pela frente. Edu foi quem fechou a corrida para a dupla que confirmou a vitória na sport e um pódio na geral.

Mudando de categorias, começamos falando sobre a dupla vencedora da GT3 Cup. Chico Horta e Willian Freire. Os dois já se conhecem de experiências anteriores na Endurance Series. A dupla é entrosada dentro do carro. Horta fez a largada e eles intercalaram quem estava ao volante, com Freire fazendo o stint final. Uma prova tranquila para eles, com um bom ritmo e sem nenhum contratempo no caminho, o que garantiu o lugar mais alto do pódio para o carro #77.

Em segundo lugar da categoria e primeiro na GT3 Sport tivemos a dupla que unificou os títulos dos carros 3.8 na temporada passada: Léo Sanchez e Átila Abreu.

Depois de um quali onde eles não conseguiram o melhor desempenho, a dupla precisou apostar em uma estratégia arrojada. Léo fez o stint mais longo da prova, completando impressionantes 37 voltas antes de entrar para os boxes. Foi então que Átila Abreu assumiu o volante do #15 para abrir distância dos competidores. Átila ficou “devendo” uma parada até os momentos finais da prova, na expectativa de um safety car para reagrupar o pelotão. A dupla liderava tanto a categoria quanto sua classe até a última parada, quando o #77 de Chico Horta assumiu a liderança. Os atuais campeões começaram mais uma temporada na briga pelo título da Endurance Series.

O próximo compromisso da Endurance Series é em Goiânia no mês de outubro. Quem será a dupla que desenvolverá a melhor estratégia rumo a vitória no Autódromo Ayrton Senna?

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