A trajetória de Miguel Paludo: O grande campeão da Carrera Cup Sprint Series em 2020
Com cinco vitórias em 13 corridas Paludo garantiu o título com vitória na última prova do ano
A Sprint Series da Carrera Cup chegou ao fim e Miguel Paludo confirmou o seu terceiro título das corridas curtas e sexto título na categoria.
Miguel começou o ano com o pé direito. Ainda em março o piloto venceu a primeira bateria da temporada em Interlagos e conquistou mais um terceiro lugar naquela mesma etapa para consolidar sua liderança.
Após essa etapa, entramos em um grande período de motores silenciados por conta da pandemia do novo coronavírus, durante cinco meses os carros ficaram na garagem sem poder acelerar no campeonato.
A volta em agosto, novamente no traçado paulista, rendeu para Miguel mais uma vitória e outro terceiro lugar.
A fase de Paludo continuou estrelada quando a categoria começou a disputar suas rodadas triplas. Na primeira delas, também em Interlagos, nosso campeão venceu duas e conquistou outro terceiro lugar.
Pela primeira vez na temporada a Porsche Cup sairia de Interlagos para as corridas curtas, o destino era Goiânia.
A etapa começou com um segundo lugar para Miguel Paludo, tudo caminhava para mais um final de semana de domínio do até então pentacampeão. Mas, Paludo perdeu rendimento, o carro #7 já não entregava aquilo que o piloto esperava e ele teve dificuldades nas duas corridas restantes daquela etapa, pela primeira vez no ano ele deixou de subir ao pódio nas provas curtas e aconteceu logo duas vezes em uma etapa chave do campeonato, onde Miguel poderia sair de Goiânia como o campeão da Porsche Cup.
Novamente em Interlagos para encerrar a temporada da Sprit, Miguel não teve vida fácil. O final de semana aparentava começar bem novamente e a fase iluminada estar de volta. Paludo cravou a pole-position para a corrida de sexta-feira, posição que o colocava confortavelmente na zona em que precisaria estar para confirmar o título. Porém seu carro não largou para a volta de apresentação, o que seria uma largada da pole se tornou uma corrida de recuperação tendo que sair do fundo do grid.
A confirmação do título veio nas corridas de sábado. Largando do meio do pelotão, Miguel completou a corrida na sétima posição. O resultado fez com que ele colocasse as duas mãos na taça, mas ainda não podia erguê-la. Para isso, bastava apenas completar a terceira corrida da etapa. O carro ainda não era o ideal em comparação ao do começo da temporada e para a última corrida, após a inversão de grid, ele alinhou na pole-position com um carro diferente. O vermelho alaranjado tradicional virou branco e Miguel guiaria o carro reserva na bateria derradeira.
Sua redenção veio em forma de alívio. Paludo liderou de ponta a ponta para ser o primeiro a ver a bandeira quadriculada, agitada pela esposa e filho em Interlagos, coroando o título com uma vitória marcante para ele e para a categoria. Além de garantir o campeonato, Paludo também atingiu outra marca expressiva dentro da Porsche Cup. O gaúcho do carro #7 é agora o maior vencedor da categoria dentro de Interlagos, com 17 triunfos. Ele passou Ricardo Baptista e Constantino Jr que tem 16 vitórias cada.
O tricampeonato das corridas curtas foi para lavar a alma, 2019 foi um ano difícil para Miguel. apesar do carro competitivo e veloz, a sorte não estava ao lado de nosso campeão. Acometido por acidentes, viu suas chances de título escaparem na última temporada. Em 2020 a maré virou, o carro era novamente veloz, mas a sorte estava do seu lado.
“Eu tenho e mesma mentalidade de que a corrida e o campeonato só acabam na bandeirada. Tive um ano de muita sorte, não foi só competência, a sorte também ajuda como no sorteio do grid de hoje. Eu passei o Alceu no fim da corrida 2 e se eu não tivesse passado talvez a corrida de agora a tarde fosse completamente diferente largando em oitavo. Não adianta ser só competente, também precisa ter um pouco de sorte e as estrelas estavam viradas para nós esse ano.”
Mas um verdadeiro campeão não pode contar apenas com a sorte, e Paludo provou que quando você alia a sorte com desempenho, você sempre alcança seus principais objetivos.
“Meu ponto forte foi a performance e velocidade desde o início do ano. Ficamos cinco meses parados por causa da pandemia e voltamos fazendo pole e ganhando corridas e esse gap do início do ano nos deu o que precisava para administrar agora no fim.
Nas duas últimas etapas tivemos as seis corridas mais difíceis do ano porque não sabíamos os problemas que aconteceram no carro e não saber onde estava é uma situação difícil. O pessoal da Porsche fez um bom trabalho tentando encontrar o defeito mais não foi solucionado.
Então acho que o mais legal é que tivemos uma temporada de 70% de sucesso, uns 25% batalhando e nos últimos cinco foi quando consegui vencer e fechar com chave de ouro. Agora eu posso finalmente comemorar o campeonato.”
Miguel Paludo volta suas atenções para os 500km de Interlagos. Ele lidera a classificação overall e um bom resultado pode lhe render o segundo título da temporada na Porsche Cup.