Apaixonado pelo ‘997’, Earl Bamber sonha em correr no Brasil
O neo-zelandês Earl Bamber está na história do esporte a motor mundial. Bicampeão das 24 Horas de Le Mans com o mítico Porsche 919 Hybrid e hoje competindo no IMSA nos Estados Unidos, o piloto de 30 anos de idade visitou a sede da Porsche Cup Brasil na semana passada.
Em um tour pela oficina, pode acompanhar a fase final da revisão dos carros para a abertura da Porsche Endurance Series no Velocitta. Mais tarde visitou a galeria de carros históricos da categoria e se encantou com um Porsche da geração ‘997’, veículo já aposentado na Porsche Cup Brasil.
Entre fotos e uma conversa muito simpática com o promotor da categoria no Brasil, Dener Pires, e Vicente Sfeir, gerente de patrocínio de motorsport da Raízen, Bamber revelou que sonha em competir em Interlagos:
Obrigado pela visita. Quando teremos você acelerando nossos carros?
Sempre foi meu sonho correr em Interlagos. É um daqueles circuitos lendários. Adoraria participar do evento. A atmosfera me parece ótima e também percebo que tem uma grande comunidade de Porsche no Brasil. É sempre incrível viajar pelas mais diferentes partes do planeta e perceber tanta paixão pela marca. Dá muita vontade de fazer o que mais amamos, que é pilotar o carro de corrida. Então seria muito legal participar de uma corrida no Brasil e ter contato com todos entusiastas da marca e da Porsche Cup aqui.
Falando em paixão pela marca, tinha alguma ideia do poderio e força da marca Porsche no Brasil?
A rigor, tive uma leve impressão disso quando corremos há uns anos no México. Havia muitos fãs brasileiros e de outros países sul-americanos. Acho que foi um dos HCs mais agitados pelos quais passamos, sempre com um grande calor humano e depois todos festejando a vitória na prova. Então foi muito empolgante e, a partir daí, percebi a força da marca nesta região do mundo.
Obviamente eu também sigo as corridas e recebo as notícias sobre as provas da Porsche Cup no Brasil. Sei que os grids estão sempre cheios e que acontecem ótimas corridas de endurance.
Então decerto eu esperava um bom interesse dos brasileiros, mas não do tamanho que vi aqui. E isso é muito legal de perceber.
Em sua carreira, como muitos iniciantes no esporte, o início foi em categorias de fórmula e depois migrou para carros esportivos com grande sucesso. Como foi essa migração para você e o que poderia falar para outros jovens pilotos em situações similares nas carreiras?
Em primeiro lugar, a Porsche Cup é um excelente ambiente para desenvolvimento de pilotagem. Ainda que tenha feito o início em carros de fórmula, meu amadurecimento veio muito na Carrera Cup. E especialmente porque todos os carros são exatamente idênticos. Ou seja: você tem o mesmo equipamento e é realmente sobre você como piloto extrair todo seu potencial e trabalhar duro para se adaptar diante das corridas. E isso acaba fazendo o piloto ser mais completo, o que é muito legal mesmo.
Outro fator incrível é que há ao redor do mundo inteiro muita gente envolvida com a marca. E eles adoram fazer os caras mais novos se aprimorar. Então realmente existe um plano internacional de carreira aqui. Os carros têm um preço mais acessível também quando comparados com outras grandes competições internacionais e a Porsche é uma marca que atrai outros grandes patrocinadores.
Então é uma mescla de fatores que produz um terreno muito fértil para os pilotos. Há muitas oportunidades para pilotos novos buscarem seu espaço.
Para mim, uma das inovações mais legais dos últimos anos foi o programa internacional de desenvolvimento de jovens talentos, o Junior Program. Eles pegam um participante da Porsche Cup de cada região do mundo e proporcionam a chance de lutarem com um contrato de piloto de fábrica. O vencedor ganha uma bolsa e pode competir a Porsche Mobil 1 Supercup, categoria que é “O” palco para mostrar seu talento na plataforma global.
Então acho que é uma meta muito interessante para os jovens pilotos terem em seus planos e atingirem depois.
Você tem duas vitórias em Le Mans com um protótipo fantástico, compete no IMSA com outro grande carro de GT… Depois de experimentar tantos veículos incríveis na mais alta performance, é possível indicar um Porsche favorito e por qual motivo?
Essa é uma questão difícil… No meu caso, eu iniciei no Porsche da geração 997 e, para mim, ainda é o carro mais divertido de pilotar. É uma máquina “crua”, com alavanca de câmbio e tudo. Então é a corrida de verdade e foi onde eu tive minha primeira oportunidade com a Porsche. Ou seja, é um carro que tem lugar cativo no meu coração. Claro que o RSR e o 919 são fantásticos, mas, para mim, o 997 ainda mantém um apelo indescritível.