Perfil Piloto: Conheça um pouco mais sobre Ramon Alcaraz
Piloto do grid da Cup desde 2014, Alcaraz ficou marcado fora das pistas pelas irreverentes danças sempre que subiu ao podium.
A vida de Ramon Alcaraz demorou quase meio século para cruzar caminhos com o cockpit de um carro de corrida, apesar de fã de esportes de adrenalina. O empresário do ramo de logística é pai de dois filhos, mas estes não puxaram a paixão pelas pistas do pai.
Chegou na Cup com quase nenhuma experiência em carros de corrida, os poucos contatos haviam acontecido em pistas de kart indoor, que segundo ele não contam muito como experiência.
“Diferente da maioria dos pilotos da Cup, eu cheguei no automobilismo muito sem querer, havia brincado algumas vezes de kart indoor, mas é muito diferente. Cheguei a fazer alguns track days da Porsche. Comecei sem saber onde estava entrando”.
A primeira experiência com os carros de competição mais produzidos do planeta ficou marcada na memória dele. Foi em Curitiba, onde achava que as corridas não passavam de um grande track day. E percebeu que ele estava redondamente enganado. A partir daquele momento entendeu o que era estar dirigindo um carro de competição em um campeonato organizado e profissional como a Porsche Cup.
Após a primeira corrida, Ramon precisou tomar uma decisão: perto de completar 50 anos e com uma corrida completada na carreira, ele precisava decidir se seguiria pilotando ou se a experiência se encerraria naquele momento.
“Não dava pra desistir! Conversando com alguns coaches percebi que ninguém que estava lá nasceu sabendo. Automobilismo é uma questão de coragem, treino e técnica. Era essa técnica que me faltava. E somente com muito treino você adquire aquela técnica necessária.”
Para adquirir esse treinamento e técnica que ele descobriu que um piloto precisava, foi começar “do começo” comprou um kart para treinar. Fez também uma prova de endurance multimarcas em Miami.
Com o passar do tempo, os objetivos dentro das pistas foram mudando. “parafraseando o Dener, dentro da pista tem dois pilotos muito felizes: o primeiro e o penúltimo” Com esse objetivo de subir um degrau por vez, o sonho foi mudando. Penúltimo, antepenúltimo, podium. E cada degrau alcançado é uma nova sensação de que se pode chegar mais longe.
Em 2015, na etapa de Cascavel o primeiro podium aconteceu, junto com ele nasceu uma tradição que o acompanha desde então nas vezes em que subiu no podium: uma dancinha! Surgiu como uma brincadeira, mas o narrador da Cup, Luc Monteiro apelidou Ramon de dançarino, hoje virou quase que uma marca registrada do piloto.
“As pessoas acreditam que os pilotos estão no automobilismo apenas por adrenalina e velocidade. Claro, muitos estão! Mas para mim e acredito que para uma grande parte dos pilotos, o principal motivo é a superação! Isso mexe com você de uma forma diferente. Você precisa ganhar de você mesmo no automobilismo.”
Para ele, o viciante dos esportes a motor é o fato de você sempre estar andando um milésimo mais rápido que alguém e um milésimo mais lento, a sensação de que é possível sempre superar aquele milésimo é o que o motiva a correr cada vez mais.
“Quando você pega um piloto de nível alto, como o Max Wilson (piloto instrutor da Porsche Cup). Você vê que ele colocou um segundo de diferença em uma volta, mas olhando bem, em cada curva foi apenas um milésimo de segundo a diferença, e isso te motiva a querer cada vez mais se superar.”
Fã de Ayrton Senna tanto como piloto quanto como a pessoa que o tri-campeão de F1 foi, Ramon tem como sua primeira lembrança das corridas uma brincadeira de carrinhos de bate-bate ainda aos 4 anos de idade.
Quando chegou ao Porsche de competição pela primeira vez, a sensação foi inacreditável segundo ele, poder descobrir os limites do que se pode fazer com um carro de corrida. Ao lembrar da Porsche Cup, Alcaraz sempre lembra de duas corridas: Seu primeiro pódio, em Curitiba e a vitória em Cascavel. Para ele, dois dos momentos mais marcantes dentro da categoria.
O número #50 estampado em seu Porsche surgiu como a ideia de uma meta. Começou no automobilismo com 47 anos, e a ideia era chegar aos 50. Hoje, com 53 anos e ainda disputando a categoria dos carros de competição mais produzidos do planeta.