Temporada 2005: O sonho vira realidade
Realizar um campeonato monomarca de Porsche no Brasil, nos moldes dos existentes na Europa, parecia somente um sonho. Mas ele começou a se materializar no segundo semestre de 2004. A princípio, discretamente: consultas a potenciais participantes, preenchimento de requisitos burocráticos, encomenda de carros.
Numa segunda fase, um Porsche 911 GT3 Cup de demonstração foi exposto no Salão do Automóvel. Em novembro, durante o Racing Festival promovido pelo Porsche Club do Brasil, chegou o primeiro dos 12 Porsche 911 GT3 Cup encomendados para a temporada inaugural do Porsche GT3 Cup Challenge, em 2005. O carro foi levado diretamente do porto de Santos para o autódromo de Interlagos. Sobre a carroceria inteiramente pintada de branco, foram aplicadas as inscrições “GT3 Cup Challenge – Brasil” e o número 01. O uivo do motor de 390 cv empolgou os presentes.
Outros testes de pista foram feitos. O maior deles aconteceu na Mil Milhas de 2005, em janeiro. O carro recebeu um moderno sistema de telemetria para que a equipe chefiada por Dener Pires avaliasse seu funcionamento durante as quase 12 horas de prova. Revezaram-se ao volante os pilotos Raul Boesel, Max Wilson, Marcel Visconde e André Lara. O resultado não era o mais importante, mas o 911 GT3 Cup terminou em sétimo lugar entre os mais de 50 carros que largaram. As informações colhidas deram a Dener Pires conhecimento exato do potencial do carro: a quilometragem percorrida na Mil Milhas, com cada piloto andando tão velozmente quanto possível, equivalia a quase duas temporadas de corridas curtas.
Três meses depois, em 16 de abril, aconteceu a primeira largada do Porsche GT3 Cup Challenge, em Interlagos. As duas corridas da rodada dupla foram vencidas pelo experiente Totó Porto. Todos os 12 carros já tinham pilotos definidos, mas ainda havia interessados em disputar o campeonato. A essa altura, outros três carros haviam sido encomendados e chegariam para a segunda corrida do ano.
Foram disputadas 15 corridas ao longo do ano, em oito eventos diferentes. O equilíbrio entre os participantes e a qualidade da preparação dos carros ficaram evidentes. Na pista, Roberto Posses e Luís Zattar protagonizaram uma luta emocionante pelo título, definida em favor de Posses na penúltima corrida do ano. Totó Porto encerrou o ano como recordista de vitórias (seis) e certamente estaria nessa briga se não tivesse ficado fora dos pontos em algumas provas realizadas no começo do ano. Terminou em terceiro lugar na tabela.
Inicialmente, a intenção dos organizadores do Porsche GT3 Cup Challenge era fazer corridas apenas em São Paulo. Mas a oportunidade de realizar uma prova em Curitiba foi aproveitada e os pilotos gostaram da possibilidade de correr em outros circuitos. Em seguida, surgiu o convite para a categoria fazer uma corrida preliminar do GP do Brasil de Fórmula 1, em outubro. Em menos de um ano, o Porsche GT3 Cup Challenge já tinha reputação suficiente para integrar importantes eventos internacionais. Um ótimo começo – e um indício da evolução que a categoria teria nos anos seguintes.
