Na Alemanha, Nonô Figueiredo testa o novo Porsche que vai pilotar em Monza no final de semana
Nonô Figueiredo teve seu primeiro contato com o Porsche 911 GT3 Cup geração “991” na terça-feira. Único brasileiro inscrito na prova de Monza da Porsche Mobil 1 Supercup neste final de semana, o piloto realizou um teste com a equipe Project 1 no autódromo alemão de Oschersleben.
“Foram 85 voltas entre 10h da manhã e 17h. Um dia bem cheio e proveitoso, que nos permitiu acumular muitos dados sobre o novo carro”, contou Nonô. O piloto realizou inúmeras saídas para a pista com média de 5 a 7 voltas cada uma, o que permitiu uma eficiente interação com o time alemão nas passagens pelo box.
De acordo com sua avaliação, a jornada foi importante para permitir uma maior familiaridade com o novo carro. A geração “991” é usada na Porsche Mobil 1 Supercup em 2013 e, no ano que vem, será o bólido das principais categorias nacionais da Porsche GT3 Cup Challenge, inclusive a brasileira. Nonô é piloto-consultor da série internacional no Brasil e sua participação na corrida de Monza neste final de semana é motivada, além do aspecto competitivo, por ter um contato em primeira mão com o novo equipamento.
“Em termos de pilotagem, o que mais possibilita um ganho de performance é o sistema de paddle shift. Trocar as marchas sem retirar as mãos do volante permitem ao piloto usar o câmbio mais dentro da curva”, explicou Nonô.
Ele destacou também elementos diferenciados de telemetria no painel do carro, que informam a pressão dos freios e alertam para eventual bloqueio de rodas. “São artifícios que trazem informação adicional e contribuem com o trabalho do piloto.”
Para o ex-piloto e engenheiro brasileiro da Porsche GT3 Cup Challenge no Brasil Vinícius Quadros, que acompanha Nonô Figueiredo nesta semana na Europa, outro fator técnico importante do teste foi a adaptação ao novo sistema de freio do “991”. “É uma concepção nova em relação à geração ‘997’ -uma evolução. Os freios se mostraram bem eficientes e precisos nas respostas durante as freadas e também sensíveis às mudanças de balanço da pressão de frenagem efetiva em cada um dos eixos”, observou o especialista.
A jornada em Oschersleben também foi útil para Nonô avaliar o desempenho dos pneus Michelin, que são os oficiais da Porsche Mobil 1 Supercup. “Têm um pico de performance, mas depois que esse ponto é superado apresentam performance estável por um bom tempo.”
Ele comentou também que o teste foi oportuno para realizar treinos de largada parada, uma vez que diferentemente do que está habituado na Stock Car com as largadas lançadas, na Porsche Mobil 1 Supercup as corridas têm início com os carros inertes no grid.
“Nosso objetivo no teste não era performance, mas acumular dados e chegar mais preparados para a o final de semana de Monza. Foi cumprido à risca e nos deixa confiantes para o final de semana”, finalizou o piloto.
Para o engenheiro, a experiência em Oschersleben superou as expectativas da dupla.
“Acredito que o primeiro dia de testes foi extremamente positivo -até mais positivo do que esperávamos. O Nonô se adaptou muito bem ao carro, ao novo câmbio e aos freios mais eficientes. Conseguimos evoluir de maneira bem constante durante as 85 voltas, tanto no acerto de set-up do carro quanto nos tempos de volta. O carro se mostrou muito sensível às mudanças, e o Nonô conseguia perceber uma variação real no comportamento dinâmico do carro a cada pequeno ajuste que foi feito”, avaliou Vinícius.
Nesta sexta-feira, a dupla volta à ação, agora em Monza. Está previsto um treino livre de 45 minutos para a prova deste domingo, que antecede a corrida da Fórmula 1 no mítico circuito italiano.